quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

NOVIDADES DE 2011

EM 2011 A ÁRVORE DA VIDA LANÇARÁ SUA HOME PAGE, MAS MANTEREMOS TAMBÉM O BLOG PARA SUAS CONSIDERAÇÕES

ABRAÇOS A TODOS

GRUPO ÁRVORE DA VIDA
CONSULTORIA

FELIZ NATAL E UM 2011 CHEIO DE REALIZAÇÕES!


UMA ANTA LHE DESEJA UM FELIZ NATAL

Lélio Costa e Silva

Nesses tempos atuais muito nos inquieta a idéia de como os animais ainda estão à mercê do preconceito, do descaso, da irresponsabilidade e ignorância humanas.
É comum ainda ouvirmos xingamentos usando os animais como adjetivos. E a palavra “anta” tem sido usada equivocadamente para designar as pessoas desprovidas de inteligência. Tanto estranhamento nos assusta. Se algum dia você se perder em uma mata e se deparar com uma anta, basta segui-la. Toda anta anda em trilhas a procura de água - coisa de bicho inteligente. Quer dizer: de sede você certamente não morrerá, graças a inteligência do animal.
Como médico-veterinário tenho tido o privilégio de trabalhar com animais silvestres há um bom tempo e a exercitar com eles a minha educação interior. Desde criança aprendi a lutar contra rótulos, preconceitos e equívocos em relação aos animais e plantas. “Naturalista”? “Tecnicista”? “Radical”? “Catastrófico”? “New age”? “Conformista”? Não sei onde me enquadro.
Deixar de considerar os demais seres vivos como meros coadjuvantes em minha trajetória tem sido um desafio. Lidar com animais nos faz exercitar a educação da sensibilidade, o reaprender a olhar e a redefinição dos valores. Não me preocupo se deve haver sempre uma razão prática e lógica para preservar a Natureza. Sou apenas mais um que dela faz parte.
Mas esta é uma história de Natal. De anta.
Conta uma lenda que a anta foi feita com partes de outros animais, o formato de um porco, os pés de rinoceronte, os cascos de boi, o focinho como uma pequena tromba e os olhos estrábicos acesos, mas mesmo com tantos atributos não conseguiu chegar a tempo para presenciar o Nascimento.
Já lhes digo o motivo: é que ela estava em uma trilha à procura de um presente especial para o Filho de Deus. Não era a mirra, nem o incenso, nem o ouro. Outros já haviam tido essa idéia. Quis ser mais original: encontrar um riacho de águas limpas e levar o recém-nascido para o primeiro banho como todas as antas fazem quando nascem os seus filhotes. E caso a criança necessitasse de leite ela ofereceria o seu para Nossa Senhora amamentar o Filho. Por isso, andou, andou, andou. Sabia que não tinha muito tempo. De longe observou uma estrela diferente no céu. Distraiu-se tanto com aquele brilho que não viu a hora passar. Já era madrugada quando encontrou uma lagoa de águas cristalinas que refletiam a claridade daquela noite especial. Mas estava tão cansada que dormiu.
Assim, quando Jesus nasceu Ele teve a companhia dos animais domésticos como o burro, a vaca e o primoroso canto do galo, como todos o sabem. Mas Deus quando viu seu Filho sendo recepcionado pelos animais e pastores com tanto carinho reconheceu o esforço da anta. Convidou-a para subir ao firmamento e a transformou na Via Láctea juntando um número incalculável de estrelas. Daquela noite em diante apareceu “um caminho de leite no céu”, como diziam os gregos. Ou Tapiirapé segundo os povos indígenas brasileiros.
Bem, inventei essa história só para lhes contar que recentemente tive o privilégio de acompanhar o parto de uma anta. Foi quando pude perceber que o casal de antas havia recebido seu filhote neste quase natal de 2010 “embrulhado para presente”. Coisas de Deus e sua natureza. Por isso considero que das mil maneiras de sermos pai e mãe, a ventura é uma só, de bichos e gente. Sublime aquiescência divina. Neste dezembro desejo que você encontre uma via láctea de felicidade em seu caminho. Este é o meu sonho e o de todas as antas.
Feliz Natal!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Lélio Costa e Silva, Sócio-Administrador da Árvore da Vida recebe Prêmio em Minas Gerais






Lélio Costa e Silva, idealizador do Xerimbabo Usiminas, recebe prêmio de sustentabilidade



A primeira edição do Prêmio Hugo Werneck de Sustentabilidade & Amor à Natureza reuniu esta semana os principais nomes da ecologia em Minas Gerais. Entre os convidados e homenageados estava o idealizador do Projeto Xerimbabo Usiminas e supervisor do Zoológico do Centro de Biodiversidade da Usiminas, Lélio Costa e Silva.

A atuação do médico veterinário foi reconhecida na categoria – eram 22 no total – Melhor Exemplo em Educação Ambiental, em referência aos 26 anos de existência da iniciativa. Para Lélio, a premiação assume uma conotação especial por trazer o nome daquele que fora seu grande mestre. “Pude aprender muito com o Hugo Werneck, que foi um grande admirador do Projeto Xerimbabo e chegou a nos visitar por três vezes. Fiquei bastante emocionado e orgulhoso por receber essa premiação, que soma um compromisso ainda maior ao nosso trabalho”, afirmou.
Durante a solenidade, foi exibido um vídeo que unia imagens do homenageado à metamorfose de uma borboleta, lembrando seu amor por estas. Lélio acredita que a mensagem de transformação evidenciada através das borboletas deva nortear a proposta de continuidade do Projeto Xerimbabo, que deve permanecer em constante evolução.
Ao receber o prêmio considerado Oscar da Ecologia Mineira, Lélio agradece à família e à equipe envolvida na realização do Projeto Xerimbabo, bem como à Usipa e à Usiminas, que tornam possível esse vitorioso projeto.


Projeto Xerimbabo
O Projeto Xerimbabo é uma das maiores e mais duradouras iniciativas de educação ambiental do País. Em 2010, chegou a sua 26ª edição e superou a marca de mais de dois milhões de visitantes. Durante o evento são realizados seminários, concursos e exposições nas trilhas do Centro de Biodiversidade da Usiminas – CEBUS.
A cada edição, o Projeto ganha uma temática diferente, definida de acordo com as sugestões dos participantes no ano anterior. Este ano, graças a um acordo assinado entre a Usiminas e a Usipa, a siderúrgica assumiu oficialmente a gestão do projeto, o que conferiu sua ampliação para outras localidades, como Itatiaiuçu (MG), região de mineração da Usiminas.

Prêmio Hugo Werneck
Hugo Werneck foi professor e conservacionista mineiro, fundador do Centro para a Conservação da Natureza em Minas Gerais, uma das primeiras ONGs ambientalistas da América Latina.
Em 2008, aos 89 anos de idade, faleceu vítima de um câncer no pulmão. Seus ensinamentos foram fundamentados em três principais vertentes: conhecer, amar e cuidar da natureza. O Prêmio Hugo Werneck de Sustentabilidade & Amor à Natureza é uma iniciativa do Grupo Ecológico para enaltecer ações, cases, experiências ou iniciativas bem-sucedidas que, seguindo os ideais do ambientalista homenageado, se aproximem dessa receita de reaproximação harmoniosa com o meio natural.
Assessoria de Comunicação Social Usiminas


Da redação do Plox




quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Homenagem ao Projeto Sementeira Suzano

SEMENTEIRA

Sementeira pede solo fértil.
Sementeira exige sementes.
Sementeira requisita regas.
Sementeira pressupões caminho.

Solo fértil para plantas e idéias.
Sementeira sombra e pensamentos.
Regas que fazem crescer homens e flores.
Carinho, manifestação de amor.

Sementeira que pede união.
Sementeira que exige visão.
Sementeira que requisita ação.
Sementeira que pressupõe crescer.

União que é reunião de irmãos.
Visão que é acreditar no sonho.
Ação que é o trabalho solidário.
Crescer, pois nossa missão é a evolução.

Márcio F. de Amorim
Médico e escritor

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Reflexão para junho : Atitudes- Lélio Costa e Silva

RECADOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL


ATITUDES
Lélio Costa e Silva



Hoje, em nome do individualismo e da competição, olhamos as pessoas com desconfiança. Os cumprimentos tornaram simples interjeições que na rotina não expressam o seu verdadeiro significado, em nome de uma formalidade que distancia cada vez mais os indivíduos. São as saudações sem sentido. As pessoas mal se olham. Na rua se alguém olha o outro gera logo desconfiança: “o que é que esse cara está querendo comigo? Me assaltar?”



Em uma exposição de desenhos com o tema natureza vemos um desfile de imagens da fauna e flora. Também ainda alguns trabalhos escolares mostram a natureza perfeita e o “homem como destruidor”. Redações e expressões não se cansam de avisar que “há um homem destruindo o planeta”. Que ser humano é esse? Esse homem existe dentro de cada um de nós? Será que nos incluímos, fazemos parte, e somos também esse “homem”? Ou ele não passa de um ser imaginário e sem identidade? Não há como dividir, não há como excluir, tudo faz parte de tudo.



Diante da separatividade, do distanciamento dos ambientes naturais e de um modo de vida cada vez mais artificial, a relação do indivíduo com o planeta torna-se incompleta. Estranheza, desconhecimento e preconceito permeiam o olhar sobre os elementos que a princípio não oferecem nenhum beneficio imediato. Um animal tem que ser necessariamente “útil” ao ser humano?Qual o sentido de uma fauna e uma flora tão diversificadas?Que relação a biodiversidade tem com o equilíbrio do planeta?Por que um trabalho de Educação Ambiental levanta essas questões? Como a escola, na sua prática, aborda esse tema? Nas dramatizações, murais, cartazes e outros trabalhos artísticos que tipo de fauna é representada? Tem cobra? Preservar um animal tem o mesmo significado de preservar o humano?



Gestos simples de higiene devem ser sempre relembrados não somente com as crianças, mas também com os adultos. Várias doenças podem ser evitadas pelo ato corriqueiro de lavar as mãos. As pediculoses são produzidas por insetos chamados “piolhos”. Os que infestam o ser humano pertencem, quase todos, à espécie Pediculus humanus. A transmissão é de pessoa a pessoa, ou através de toalhas, roupas de cama, pentes, escovas de cabelo e sabonete. A pediculose da cabeça é muito freqüente entre escolares. A ftiríase ocorre entre jovens e adultos, pela da prática sexual com pessoa infestada.
Para controle dos piolhos
1- Inspecionar a cabeça, o corpo e as roupas de crianças.
2- Asseio corporal diário, lavagem dos cabelos, com água quente e sabão medicinal. Não repetir roupas sem lavá-las.
3- Retirar os piolhos com pente fino.
6- Não tente esmagar o piolho com as unhas: você pode contrair doenças como Tifo exantemático ou epidêmico, Febre das Trincheiras e a Febre recorrente.



A CORDIALIDADE é uma virtude que anda esquecida pelas pessoas. Muitas vezes os mais jovens são instados a cederem o lugar para os mais velhos e nem sempre cumprem de bom grado esse preceito previsto no estatuto do idoso. Com a visão embaçada pela mística da eterna juventude, tão apregoada pelos meios de comunicação, esquecem-se que um dia “chegarão lá”...
Mas não se esqueça de se hidratar. A água continua sendo a melhor opção para o cidadão comum. Deixe as bebidas isotônicas para os atletas. Se o suor for intenso, um suco de frutas ajuda a repor os sais minerais perdidos na transpiração.



As pessoas adeptas da solidariedade sabem que esta virtude representa o ato de pertencer a um conjunto que se expressa democraticamente em um vínculo recíproco. Braços abertos e ombros disponíveis para os momentos difíceis. Além disto, o ar que todos respiram fica menos poluído. Um gesto inteligente é combinar antes um rodízio com aqueles que têm carro estendendo o favor aos demais colegas.



Parabéns para você também que exemplifica o verbo zelar ao adotar uma praça, como um patrimônio que deve ser cuidado, ou mantendo as ruas, praias e escolas limpas! Que também organiza campanhas para doar vidros e garrafas para uma instituição de caridade... Vamos sempre imaginar: pessoas tranquilas nos bancos de praças perfumadas lendo os jornais da manhã e o sol anunciando notícias boas...



O gesto denuncia o dono. São inúmeros os acidentes causados por objetos jogados nas ruas ou pelas janelas dos veículos. O vidro deixado junto ao capim seco e em presença de altas temperaturas pode ser a causa de inúmeros incêndios nas beiras das estradas e mesmo em reservas naturais. São também freqüentes os acidentes com animais que ingerem plásticos, isopor e pontas de cigarros, cortes com latas e outros materiais.



Cultivar plantas medicinais em casa e compartilhá-las com os vizinhos. Um gesto saudável, solidário e oportuno para regar as boas amizades. Um bom motivo para retomar o diálogo e estreitar relações. Muitos o imitarão por isso e a vida em seu entorno será mais alegre.



CUIDADOS NO USO DAS PLANTAS MEDICINAIS

1- Usar preferencialmente nos tratamentos de doenças leves, pois muitas apresentam efeitos tóxicos ainda não conhecidos.
2- Identificar a planta pelo nome científico, pois uma espécie de planta possui vários nomes populares conhecidos regionalmente.
3- Nunca esquecer que muitas vezes cada parte da planta tem mais ou menos princípio ativo.
4- Para cada uso de planta medicinal existe uma fórmula de preparo como, por exemplo, a infusão, decocção e cataplasma.
5- Plantas de uso tópico não podem muitas vezes ser ingeridas: o Confrei – Symphytum officinale como cataplasma é um excelente cicatrizante, mas seu uso interno pode causar tumores no fígado.
6- Usar as plantas sempre no mesmo dia do preparo. Nem em quantidades excessivas e contínuas.
7- Evitar misturar muitas plantas. Podem causar efeitos indesejados pela ação diferente dos princípios ativos.
8- Para preparar as plantas evite recipientes de alumínio que é tóxico.
9- Colher plantas antes de o sol esquentar, sem sereno, ou molhadas de chuvas.
10- Não coletar plantas de locais poluídos: beira de asfalto, águas estagnadas. A secagem deve ser feita sempre à sombra.



Informa a Organização Mundial de Saúde que “as pessoas, nos países mais pobres estão abandonando estilos de vida e adotando comportamentos não saudáveis, dos países mais industrializados”. Assim já é comum encontrarmos crianças hipertensas, diabéticas, cardíacas ou com sérios problemas de obesidade devida a uma falsa alimentação embalada em produtos químicos e grande propaganda. Por outro lado é inegável a quantidade de crianças, jovens e adultos desnutridos, seja pela miséria ou omissão. Uma escola que possui horta nunca será uma escola sem vida. E não podemos esquecer: comer não é adoecer.



Que fiasco! Tem gente que ainda não substituiu os copos descartáveis no ambiente de trabalho pelos de vidro ou louça? Entre um cafezinho e outro, o mundo vai ficando cada vez mais insuportável. O lixo sólido deve aumentar quatro a cinco vezes até 2.025. Nos países em desenvolvimento, menos de 10% do esgoto humano é tratado. Se nada for feito, por volta de 2025, o planeta estará engolfado numa montanha de esterco humano. (fonte Agenda 21 capítulos 20,21 e 22).



O século XXI não comporta mais ações que levam ao desperdício devido ao consumo desenfreado - uma manifestação de uma sociedade doente. Resultado do consumismo, o lixo denuncia a incapacidade do ser humano em devolver o que ele retira da natureza com a mesma qualidade e sanidade.
O que temos jogado no lixo? Computadores em plenas condições de uso, cuja cor já não “combina” com os móveis. Máquinas de lavar roupa que são deliberadamente projetadas para cinco anos. Ventiladores de teto criados para dois verões, no máximo. Tudo isso representa gasto de energia, matéria-prima e combustível exaurindo os elementos do planeta. Daí a necessidade de aprendermos a economizar desde os primeiros momentos na escola.



Mais que apenas um dever, o ato de apagar a luz quando deixamos um ambiente, isto é, utilizar o sentido do TATO no interruptor, deve ser um gesto natural em nosso cotidiano. Deixe também as tomadas desligadas dos aparelhos eletrônicos. Aquela luzinha vermelha que coloca seu aparelho de som em “tempo de espera” (stand by) é um consumidor sutil e voraz de energia elétrica. Todo mundo sabe da dificuldade que representa a nossa adaptação a um “horário de verão” para economia de energia elétrica, e o quanto tem ficado cara a conta a pagar no final de cada mês. Cada vez mais usinas hidrelétricas têm sido necessárias e outras fontes de energia têm sido buscadas. Até quando?



Uma visita a um ambiente natural deve ser trabalhada como uma oportunidade de quebrar preconceitos e dirimir equívocos tais como “a floresta é escura e moradia dos maus espíritos, de bruxas que cozinham crianças, de lobos ferozes, de serpentes descomunais”, ou de explicar ao visitante, que existem também a microfauna e microflora e que mato não é somente “lugar de bicho grande”. Mas representam também, uma grande oportunidade para recuperar a noção do Todo, em contraposição a duas idéias fundamentais profundamente arraigadas nas pessoas: “A de que o ser humano está acima de todas as criaturas e de que os ambientes naturais foram criados para seu único benefício.”
Trata-se, portanto, de um ótimo momento para reconhecer o caráter sagrado da Natureza na sua maneira altruística de oferecer e manter a vida.



Não é justo fazer do mar o lixão do mundo. Não podemos esquecer que o lixo produzido não desaparece como em um passe de mágica. Ele irá para algum lugar. E agora os oceanos estão virando verdadeiros lixões do planeta. Logo eles que são os verdadeiros pulmões do mundo responsáveis pela fotossíntese realizada pelo fitoplâncton marinho. E os rios cheios de todo tipo de lixo, de garrafas pet, sacolas e copinhos de plásticos fezes e produtos químicos irão morrer literalmente no mar.



A nossa maior luta diária é aquela que empregamos para vencermos o nosso próprio ego. Quanto custa a cada um pegarmos em uma vassoura e varrermos o próprio lixo ou mesmo o do vizinho? Que tal conhecermos a experiência de vida de um gari, procurando saber sobre o seu serviço, sobre a sua atividade de presenciar e constatar o desperdício das coisas descartadas? Quantos de nós já separam o lixo? Por que não comprar apenas o necessário? Observe quantas vezes temos ouvido a palavra “consumidor”. Hoje, muitos medem as pessoas pelo valor da conta bancária, pelo cartão de crédito, enfim, o “poder de compra” da pessoa é o que vale. Então vemos termos como “manual do consumidor”, “direitos do consumidor”, “defesa do consumidor”. Será que o sentido da vida só se resume em consumir? Onde fica o cidadão?
Esta é mais uma das sérias contradições do nosso chamado estilo de vida moderno. Feche os olhos para o consumo exagerado.



O que é mais importante aprender? A limpar ou a não sujar? Ao abordar-se a questão do lixo, pretende-se a discussão da nossa responsabilidade de aprender a lidar com o poder da tecnologia. Uma autêntica techné (palavra grega) que não pretenda o domínio desmesurado da natureza, mas que respeite o ritmo próprio dos seus elementos. É preciso demonstrar que quando o indivíduo “compra” um produto ou serviço ele deve saber que também que está adquirindo matéria e energia convertidas para construir aquele objeto. Alguém já disse que “não existe sucata, apenas coisas que ainda não encontraram dono”, portanto, vamos usar nossa criatividade.



Alguém já disse que a salubridade de uma nação pode ser demonstrada pelo que corre em seus esgotos. A água é essencial à vida de todos os seres. Ela é a própria generosidade. Não é possível que alguém possa sujá-la a ponto de ninguém conseguir bebê-la depois. Não se suja o próprio corpo.



Se fizermos um exame clínico da Terra, veremos em muitos pontos que a sua saúde anda comprometida e, conseqüentemente a nossa. Novas doenças e outras antigas que acreditávamos controladas abalam a saúde e desequilibram nosso corpo num quadro que associa perversamente ignorância, negligência, desnutrição, miséria, lixo, poluição - a ecologia da desigualdade - Por que algumas doenças que eram consideradas sob controle como a cólera, a febre maculosa, a malária, a febre amarela, a tuberculose e que só aconteciam no meio rural se tornaram urbanas? De que forma as doenças podem estar relacionadas com o os modos de morar das pessoas? Se a Terra fosse vista como o nosso próprio corpo, certamente poderíamos tratá-la melhor, cuidar da sua saúde e descobrir o grande espetáculo comum. E é preciso buscar os três ingredientes essenciais para a saúde: o amor, a casa e o alimento.



Todo ser vivo, bicho, homem ou planta deste Planeta traz do berço uma "agenda" cheia de compromissos. Nela estão guardadas as virtudes e os valores que serão os instrumentos para o florescimento da vida em harmonia. Cada um vivenciando o seu exemplo através do comportamento e modo de sobreviver, agindo pelo instinto ou pela razão. A natureza é a nossa face

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Poema "Ilusões do Amanhã" - Alexandre Lemos

Texto enviado pela professora Valquiria Neves da Silva
Poesia de um aluno da APAE
Esse poema foi escrito por um aluno da APAE, chamado, pela sociedade,
de excepcional. Excepcional é a sua sensibilidade! Ele tem 28 anos,
com idade mental de 15.

Ilusões do Amanhã

'Por que eu vivo procurando um motivo de viver,
Se a vida às vezes parece de mim esquecer?
Procuro em todas, mas todas não são você.
Eu quero apenas viver, se não for para mim que seja pra você.
Mas às vezes você parece me ignorar, sem nem ao menos me olhar,
Me machucando pra valer.
Atrás dos meus sonhos eu vou correr.
Eu vou me achar, pra mais tarde em você me perder.
Se a vida dá presente pra cada um,
o meu, cadê?
Será que esse mundo tem jeito?
Esse mundo cheio de preconceito.
Quando estou só, preso na minha solidão,
Juntando pedaços de mim que caíam ao chão,
Juro que às vezes nem ao menos sei, quem sou.
Talvez eu seja um tolo,
Que acredita num sonho.
Na procura de te esquecer,
Eu fiz brotar a flor.
Para carregar junto ao peito,
E crer que esse mundo ainda tem jeito.
E como príncipe sonhador...
Sou um tolo que acredita, ainda, no amor..'

PRÍNCIPE POETA (Alexandre Lemos - APAE)


Nota:
Peço que divulguem para prestigiá-lo.
Se uma pessoa que encontra as barreiras que ele encontra acredita
tanto no amor, por que a maioria das que se dizem 'normais' procuram,
ao contrário, negar sua existência?
Valquiria Neves da Silva

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Reflexão para Maio :ORAÇÃO DA BIODIVERSIDADE - Lélio Costa e Silva

Bendigamos a vida, bem-te-ví, bem-te-vejo,
Para que bem nos vejamos.
Que tenhamos olhos de bichos e árvores como promessas de luz.
Para que todos os seres espelhem o ideal da fraternidade.
Que sejamos peixes na tranquilidade do profundo azul...
E que nos berçários de vida ouçamos o choro de um rio como um acalanto.
Também bendigamos a manhã, arara-aurora, o pássaro da luz.
Para que seja estabelecido um novo acordo do humano e o ambiente onde
vigorem a cordialidade e a compreensão do Todo.
Bendigamos a noite como os vaga-lumes, as corujas e os morcegos...
Para que façamos brilhar nossa luz interna.
Que se elabore uma nova ética, onde exista o respeito ao direito de
ser e de viver de cada uma das partes.
Para que a educação reconcilie o ser humano com o universo.
Como o exemplo de cooperação da árvore e da orquídea. Uma promove o
amparo, a outra o encantamento.
Que aprendamos a adivinhar o tempo do descansar e de se retirar...
Como as formigas moribundas diante da passagem.
E estejamos ao mesmo tempo com o olhar voltado para o centro e o Cosmo.
E que, após o sono de transição, nossa esperança renasça sob a benção
silenciosa dos vegetais para que o canto de um pássaro distante e
invisível nos diga:
Sem-Fim,
Sem-Fim,
Sem-Fim.
E que na Terra, como o inseto, de joelhos, louvemos-a-Deus, recolhendo
as amostras enviadas do paraíso celeste: a natureza, a música e as mães.
Sem que a humildade mesmo o saiba.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Reflexão para Abril: APRENDENDO A VIVER - Lélio Costa e Silva

A Educação Ambiental tem sido identificada como o elemento essencial para o desafio da sustentabilidade. Mas, de que forma esse objetivo pode ser alcançado?
Porque mesmo diante de tanta informação as mudanças de postura têm exigido tanto tempo e paciência?
Como intervir nessa cisão entre o conhecimento e a sensibilidade para que aconteça a ação consciente?
Talvez exista somente uma maneira: “aproximar” o conhecimento do coração juntando razão e sensibilidade. Só assim, um dia a mão que atira o lixo pela janela do carro recuará. Ou guardará o papel do bombom no bolso, numa festa de aniversário onde o anfitrião se esqueceu de colocar uma pequena lixeira discreta num canto. Uma demonstração de que o gesto conseguiu ser interceptado pelo coração. E aquele ser humano nunca mais será mais a mesma pessoa.
Assim, cada indivíduo tem o seu momento de despertar desse sonambulismo. Mas, como e quando isso pode acontecer? Em que momento O ato ou resultado de aprender a verdadeira natureza das coisas nos faz enxergar intuitivamente?
Valho-me de um exemplo próprio...
Nos anos setenta e oitenta o discurso ambiental se amparava basicamente nos aspectos de conservação da natureza. Nessa época a educação ambiental engatinhava caracterizando-se por apelos dramáticos visando a preservação de espécies consideradas “bandeira”: mico-leão-dourado, urso panda, ararinha azul e outros. Mas a minha melhor lição foi a de conhecer uma criança do meio rural em 1985 durante um curso de educação ambiental, quando ela me perguntou de forma pausada e certeira: “Para o senhor o que é meio ambiente?” “O que o senhor pensa da natureza?” Ora! Tínhamos passado dois dias falando de bichos e plantas exaustivamente e aquele menino não se dava por satisfeito - pensei. Depois, as professoras que dividiam as responsabilidades comigo no mesmo curso, o qual exigia alguns requisitos para a participação, me informaram: “Lélio, você reparou que as mãos desse menino estão calejadas? Para participar desse curso ele capinou o lote do vizinho para vir de calça comprida como pedimos. Com o dinheiro ele comprou a calça e ainda vendeu seu galo de estimação para poder comprar os sapatos.”
Daquele dia em diante percebi que Educação Ambiental era muito mais do que a discussão apenas de aspectos ecológicos. E assim elementos sociológicos, pedagógicos, econômicos, históricos, jurídicos, políticos e filosóficos ampliariam meu conceito de Educação Ambiental na sequência dos anos.
A partir da lição ensinada por aquele menino, aprendi a sonhar e projetar possíveis transformações no ambiente em que vivo. E a exercitar a virtude da humildade.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Reflexão para Março de 2010:AMAR A NATUREZA VEM DO BERÇO - Lélio Costa e Silva

“É o velho galo que possui o conhecimento”. Provérbio grego

“Esta onça está muito velha! Por que vocês não arrumam outra nova?”
Como responsável técnico por um zoo fui interpelado por uma adolescente impaciente em seu sonambulismo juvenil. Preferi o silêncio – minha crença é pela compaixão humana onde a maturidade é um presente.
Não satisfeita, sorriu com desdém e completou: “bicho velho é muito feio”.
Olhando para a velha onça-parda, pensei baixinho: “espero que não tenha escutado...”
Qual seria o conceito de beleza para aquela jovem?
Por que o ser humano anseia uma vida longa, mas ao mesmo tempo, sonha em não envelhecer?
Olhando aquela menina, reflexo da descartabilidade, vi em seu sarcasmo, a representação de ser humano tão cedo desalojado de um mundo outrora encantado. Desanimado pensei: Com a visão embaçada pela mística da eterna juventude, tão apregoada pelos meios de comunicação, essa jovem se esquece que um dia “chegará lá”, ou seja, na velhice, última fase do ciclo de vida do ser humano.
Mas, rapidamente reuni em minha memória os fragmentos para a comunhão com o Todo. Recuperei o equilíbrio pensando nos animais. Por que tenho o privilégio de aprender com eles a cada dia. Assim pensei: afinal tudo na natureza exerce o seu papel. E os animais não estão no ambiente como figuras decorativas de uma paisagem. Ao contrário, também atuam...
Refletindo sobre a longevidade dos animais do zoológico comecei a estimar qual seria a idade de cada um e as lições que tenho recebido ao longo dos anos. Momentos únicos exemplificados por aqueles seres vivos. Não raro, sua sabedoria instintiva sempre foi surpreendente...
Como a história de uma macaca mais idosa de um bando que sabia como ninguém saborear um ovo de codorna, quebrando-o delicadamente com a habilidade superior a muitos primatas, sem perder uma gota do conteúdo.
Dois machos de ema - os mais experientes do bando, que normalmente disputavam a primazia de como o macho vencedor acasalar com todas as fêmeas para depois orgulhosamente se ocupar em fazer o ninho e chocar os ovos, resolveram quebrar esse ritual e entraram em acordo, alternando-se no choco. Sentados juntos tiveram a maior prole que se tem notícia na história do zoo. Zelosos, dividiram a tarefa de cuidar dos treze filhotes em parceria. Viraram manchete nos jornais locais.
A história vitoriosa dos jacarés de papo-amarelo que finalmente puderam procriar, depois de vinte anos de espera, após ganhar um espaço adequado com muita água e vegetação. Antes, instalados em recinto minúsculo, prudentemente a fêmea recusava qualquer aproximação. Hoje sabemos que os jacarés quantos mais idosos mais férteis se tornam...
Mas, agora mesmo, soube de um estudo alemão que revelou que as formigas doentes preferem morrer na solidão. Fazem isso para preservar as demais companheiras de trabalho de qualquer contágio já que são insetos sociais. O altruísmo em prol do grupo. E a lembrança das lições da biodiversidade aflorava-me.
Porém, mais adiante, fui despertado das divagações ao escutar um diálogo alegre de um senhor com sua criança que demonstrava seu deslumbramento com o canto das araras canindés. Naquele momento recuperei meu otimismo em vislumbrar um planeta mais saudável para as próximas gerações.
Lembrei-me de um colega de trabalho, meu “braço direito”, que atualmente encontra-se afastado por motivos de saúde...
Em sua sabedoria humilde de homem do campo, uma vez disse-me uma frase que nunca esqueci: “Amigo, amar a natureza vem do berço”.

* Médico-veterinário, educador ambiental, especialista em ecologia e conservação ambiental.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Reflexão para Fevereiro de 2010:NÃO SUJE A NATUREZA PELA JANELA - Lélio Costa e Silva

Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, no art. 171: “Usar o veículo para arremessar, sobre os pedestres ou veículos, água ou detritos”; e art. 172: “Atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substâncias”. Para ambos: Infração – média (4 pontos na carteira); Penalidade – multa (R$ 85,13).
Alguém já percebeu como tem aumentado o lixo nas estradas brasileiras? Nas atuais interrupções de trânsito para obras, as estradas tornaram-se fonte de renda para muita gente, mas a questão ambiental foi literalmente para o espaço. O social destituído do saneamento. Enquanto esperam, as pessoas vão consumindo os produtos de um verdadeiro supermercado ambulante. Tem de tudo: milho assado, sorvetes, picolé, pilões de madeira, salgados, água mineral, refrigerante e até CD pirata. Tudo é comprado por pessoas que teoricamente tiveram acesso a algum tipo de educação e bom poder aquisitivo, mas que não relutam em jogar as embalagens (pior quando são pontas de cigarros) desses produtos pela janela. Para elas, um último recurso – a lei: atirar objetos do carro é falta média, segundo o Código de Trânsito. Além de quatro pontos na carteira de habilitação a multa custa R$ 85. Já o prejuízo ao meio ambiente é incalculável. O acúmulo de lixo aumenta o risco de acidentes, obstrui a drenagem das rodovias e coloca os animais em risco, pois são atraídos pelos restos de comida. Até parece que as pessoas só viajam em uma direção, sem pensar no retorno.
Enquanto isso, a fauna se transforma:


URUBU-CHIPS
PAINEIRA QUEIMADA
JACARÉ-DO-PAPO-FURADO
JENIPAPO-VÔMITO
CAPIVARA-LATA
SUCUPIRA-SEPULTADA
CUTIA-ATROPELADA
SAMAMBAIA-EM-PÓ
SERIEMA-DA-PERNA-QUEBRADA
VINHÁTICO-AZEDO
SAPO-DE-ASFALTO
CANELA-RACHADA
ROLINHA-FOGO-NÃO-APAGOU
IPÊ-CINZA
PERERECA-DE-PLÁSTICO
JURUBÊBADA
COBRA-TOCO-DE-CIGARR0
BROMÉLIA-SECA
MACACO-PREGO
PAU-D’ÓLEO-DIESEL
PAPAGAIO-BUZINA
BRAÚNA-PARA-CHOQUES
CORUJA-DE-FAROL
PAL - MITO
GAVIÃO-CHICLETES
INGÁ - ZOLINA
PICA-PAU-DA-CABEÇA-DECEPADA
E O PAU-BRASIL-SUMIU.
EIS A FAUNA E A FLORA DA ESTRADA...
EM VIAGEM, NÃO SUJE A NATUREZA PELA JANELA.

Para saber: Vale lembrar também a já surrada, mas nunca observada em sua relevância, tabela de decomposição dos produtos no ambiente:

TEMPO DE DECOMPOSIÇÃO DE RESÍDUOS
Papel: 3 a 6 meses
Jornal: 6 meses
Palito de madeira: 6 meses
Ponta de cigarro: 20 meses
Nylon: mais de 30 anos
Chicletes: 5 anos

Pedaços de pano: 6 meses a 1 ano
Fralda descartável biodegradável: 1 ano
Fralda descartável comum: 450 anos
Lata e copos de plástico: 50 anos
Lata de aço: 10 anos
Tampas de garrafa: 150 anos
Isopor: 8 anos
Plástico: 100 anos
Garrafa plástica: 400 anos
Pneus: 600 anos
Vidro: 4.000 anos