domingo, 12 de abril de 2009

Reflexão para Abril: O TURISTA ECOLÓGICO - Lélio Costa e Silva


Quando chegar, procurará conhecer a memória e os costumes das comunidades locais. Uma questão de respeito.
Toda passagem será invisível: não sujará as trilhas, becos e ruas.
Das plantas guardará em seu coração a singeleza e a essência.
Recolherá em cada canto de praia, mangue ou praça, o lixo encontrado, espalhando harmonia às pessoas através do cumprimento, indistintamente.
A opção será pelo silêncio, dispensando os aparelhos de som. Sua audição estará aberta à música das ondas, ao canto das aves e principalmente às narrativas dos moradores.
Não escreverá seu nome em monumentos, troncos de árvores, telefones públicos ou grutas. Guardará as imagens em sua mente, no álbum de fotografias e cartões postais.
Na bagagem, apenas o necessário. Saberá prestigiar o comércio local, experimentando sabores e cheiros em retribuição à hospitalidade.
E numa última noite estrelada, de deliciosas e inesquecíveis férias meditará:
Muito haverá aprendido com aquela cidade. Em sua alma estarão restabelecidos o zelo, a cortesia e os limites.
Com as crianças haverá recuperado a preciosa idade do encantamento.
Com os adultos, a possibilidade da troca, em justa medida, sem servidão ou exploração.
E finalmente, com os idosos aprenderá a rescrever no calendário da vida, a verdadeira ecologia do cidadão.
No dia seguinte, extasiado em gratidão, irá embora.
Em sua nave espacial.

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